O engenheiro e piloto Klever Kolberg foi o gerente do projeto do primeiro veículo a competir no Rally Dakar utilizando o etanol de cana-de-açúcar brasileiro como combustível, um Mitsubishi Pajero Sport Flex. Foi a primeira vez na história da competição, criada em 1979, que um carro participou sem utilizar combustível fóssil. O feito aconteceu durante a 32ª edição a prova, o Rally Dakar 2010, realizado na Argentina e no Chile. Com o histórico de ser um dos dois primeiros brasileiros a desbravar o então desconhecido Paris-Dakar, em 1988, e após mais de duas décadas acelerando motos ou automóveis no Dakar e em outras competições nacionais como o Rally dos Sertões, Klever Kolberg, novamente, colocou à prova o seu espírito pioneiro num projeto totalmente inédito. Klever também foi o piloto, formando dupla com o engenheiro e navegador Giovanni Godoi. “Foi o maior envio de tecnologia do Brasil para o Dakar”, afirmou Kolberg. “Afinal, o combustível era 100% nacional, o carro foi fabricado no Brasil, assim como toda a preparação. O software automotivo da tecnologia flex foi desenvolvido por engenheiros brasileiros, além de outros componentes como pneus e equipamentos de segurança produzidos no País”. O conceito do projeto era transferir o foco da competitividade para a sustentabilidade, provocando as pessoas para que refletissem sobre o futuro do planeta. O projeto exigiu uma logística complexa para o envio e distribuição de 8.000 litros de etanol em 16 diferentes pontos na Argentina e Chile, já que o produto não é disponível nestes países. O etanol, idêntico ao que é comercializado nas bombas dos postos de serviços em todo o território brasileiro, foi produzido pela usina da Cosan, em Piracicaba (SP). |
Fotos divulgação: Maindru / Pablo Molina / Vitor Sendra